13.11.11

Este Blog / This Blog


    O objetivo deste Blog poderá, não nescessariamente, ser direcionado.
    Primeiramente quero dizer que eu sou um fan do grupo ABBA. Mas principalmente fan de Anni-Frid Lyngstad, conhecida como Frida, uma das cantoras da Banda. Para quem não sabe, ABBA foi  grupo musical de muito sucesso nos anos 70/80 e vende discos até hoje, com um número de quase 400 milhões de cópias, o segundo grupo em vendas no mundo, perdendo apenas para os Beatles.

    Portanto, é propósito do Blog  difundir para outros (súditos) iguais a mim, interessados nesse tipo de trabalho literário (poemas) enfocando aspectos da vida fascinante e da carreira de sucesso dessa extraordinária mulher. Eu disse "súditos" porque Frida  se tornou Princesa Anni-Frid e Condessa von Plauen (por ser a viúva de um Príncipe e Conde) e nem por isso se perdeu de suas raizes, dedicando-se à projetos sociais.

    Com intenção de reunir os poemas  em protótipo para livro, estou aberto a informações, sugestões e mesmo correções, pois o autor é apenas um auto-didata, mesmo em "Fridalogia". Inclusive a tradução para o inglês é primária (podemos aprimorar aos poucos) e visa tornar-se minimamente inteligível a ABBAFANÁTICOS de todo o mundo.

 TRANSLATION


    The purpose of this blog may, unintentionally, be directed.
    First I want to say that I am a fan of ABBA. But mostly fan of Anni-Frid Lyngstad, known as Frida, a singer of the Band. For those unaware, the musical group ABBA has been very successful in the years 70/80 and selling albums to date, with a number of nearly 400 million copies, the second Group sales in the world, second only to the Beatles.
  
    So is the purpose of the Blog spreading to other (suzerais) like me, interested in my literary work (poems) focusing on aspects of life fascinating and successful career of this extraordinary woman. I said "suzerais" because Frida became Princess Anni-Frid and Countess von Plauen (being the widow of a Prince and Count) and by no means lost its roots, dedicating to social projects.

Poemfrid.blogspot.com

11.11.11

Prefácio do autor / Author's preface


     A primeira vez que ouvi o ABBA (uma antiga fita cassete) eu me encantei com o som e principalmente com a voz das meninas. Eu não sabia o nome delas ou de que país tinham vindo, porem fui conquistado pelas vozes. Um dia ao assistir na TV a um documentário sobre a Banda, notei o carisma da que parecia ser  a morena do grupo. A despeito da voz luminosa de Agnetha, o estilo de Frida me fascinou. Ela parecia uma borbulhante taça de champagne numa festa de talentos.
    Algum tempo passou e eu redescobri o ABBA através de DVDs e da Internet. A admiração por Frida, antes adormecida, tinha agora imagem, cor e movimento. La estava a voz metálica e dramática, o sorriso esmeralda nos olhos, o balanço do corpo leve e sinuoso.
 
     Então eu acalentei a presunção de escrever sobre Frida.
 
    Eu não me julgo poeta. Apenas escrevo alguns versos. Porem somos todos poetas quando nos sensibilizamos com um texto, com uma música ou com a biografia de uma pessoa. Eu me sensibilizei com a história de vida de Anni-Frid Lyngstad. Sua luta em busca de ideais que por vezes incluiram renúncias dolorosas. Nascida da guerra, Frida foi uma guerreira sem perder a doçura. De origem simples pautou sua vida pela nobreza de caráter e quando se tornou princesa não se perdeu das raízes, passando a se ocupar de seus semelhantes. E a artista, a cantora talentosa jamais permite a glória lhe subir à cabeça, tornando-se ela, como os parceiros do ABBA exemplo de dignidade nesse canto de sereia que é o universo do show business. E a vida excitante, a extraordinária carreira artística é tema palpitante.
    
    Porem como escrever sobre alguem tão distante e sobre quem se sabe tão pouco. E eu sei tão pouco sobre as deusas. Imaginei então um poema sobre e para a Musa que me inspira. Um poema é cenário ideal para delinear personagens cativantes. E eu sonhei a personagem Frida para enriquecer um livro de poemas. E a personagem Frida  começou a interagir com a Frida real. E só na poesia que tudo sublima esta simbiose poderia acontecer. A literatura tem a magia de transportar  as personagens  do sonho para os olhos.
   
     Escrever sobre Frida é tentativa em desvendar o mistério de seu sorriso cativante, de sua voz cálida, da luz de seus olhos. Que minhas limitações não me desviem o objetivo. Mesmo porque, Frida, por si só, é um poema escrito por Deus.
    Eu sei que a princesa Anni-Frid Lyngstad Reus já recebeu milhares de homenagens e todas merecidas, inclusive  havendo alguma que ela considere definitiva. Eu não tenho a menor pretensão que esta minha  homenagem signifique para ela o muito que significa para mim. É algo que eu quero e tenho imensa felicidade de fazer; carinhosa homenagem a uma pessoa que me desperta emoções.
   Eu nunca estive numa plateia do ABBA para aplaudir Frida. Mas eu tenho uma certeza.  Esta homenagem embora distante, talvez obscura e inaudível, está eivada da mais profunda sinceridade e principalmente, com todo o devido respeito.


Levi Fernandes  18/11/2011




TRANSLATION

     The first time I heard ABBA (an old cassette tape) I was enchanted with the sound and especially with the voice of girls. I did not know their name or what country they come, but I was conquered by the voices. One day there watching TV in a documentary about the band, I noticed the charisma of what appeared to be the brunette of the group. Despite the luminous voice of Agnetha, Frida's style  fascinated me. She looked like a bubbling glass of champagne at a party talent.
    Some time passed and I rediscovered ABBA through DVDs and the Internet. The admiration for Frida, before sleeping, now had image, color and movement. It was dramatic and metallic  voice, the smile emerald eyes, the balance to the body soft and sinuous.
   
     So I cherished the presumption to write about Frida.
   
    I do not consider myself a poet. Sometimes I write some verses. However we are all poets when moved by a text, a song or a biography of a person. I was touched by the life story of Anni-Frid Lyngstad. His struggle in pursuit of ideals that occasionally included painful sacrifices. Born of war, Frida was a warrior without losing sweetness. Of humble origin guided his life by the nobility of character and when she became Princess of the roots was not lost, became careful with his fellows.
    And the artist, the talented singer never allows the glory go to his head and become her partners with ABBA's example of dignity in this siren song that is the universe of show business. And the exciting life, the extraordinary artistic career is palpitating theme.
     
    But how to write about someone so far away and about whom we know so little. And I know so little about the goddesses. Imagine then a poem about the Muse that inspired me. A poem is an ideal setting for the design of captivating characters. And I dreamed the character Frida to enrich a book of poems. And the characters Frida began to interact with real Frida. And only in poetry that sublimates all this symbiosis could happen. The literature has the magic to transport the characters from dream to his eyes.
   
    Writing about Frida is attempt to unravel the mystery of her smile captivating, of her warm voice, of the light from his eyes. What the limitations do not deviate from my goal. After all, Frida, by itself, is a poem written by God.
     I know that Princess Anni-Frid Lyngstad Reus von Plauen has received thousands of tributes and all deserved, even when there is some consider it definitive. I have not the absolutely intention that mine tribute means to her all what it means to me. It's one thing I want and I have much happiness to do; is just a affectionate tribute to the person who causes me emotions.
      I've never been an audience to applaud Frida of ABBA. But I have a certainty. This distant tribute, perhaps obscure and unheard, is riddled the deepest affection and sincerity, and specially with all due respect.

Levi Fernandes  18/11/2011

10.11.11

Parte 1 / Part 1 MAMMA MIA

Canção da semeadura

Räkna lykliga stunderna blott
(Conta só os bons momentos)

O Narrador:         
Noruega, 1945. 


Num porto do mar do Norte
um barco parte um coração...


Uma garota tímida 
no tumulto do cais
esconde emoções
como se ali fora demais.

A garota:
-- Precisa ser o amor dissimulado?
E por que me esquivo como uma ladra
se estou entre minha gente?

Alguem me deu a paz
numa hora atribulada
Alguem me protegeu 
e me deu mais
que a solidão e o nada.

Eu era jovem e sonhadora
das promessas do futuro
sem saber que o sonho puro
é proposta atemporal.
Então o amor me deu o presente
que palpita em meu ventre
e, não era nem Natal!

..."é a semente do invasor"
julgar-me, alguem há-de;
mas na noite da guerra não há saber
quem me ama ou quem me invade.


-------------------------------------


Da azáfama do cais
às brumas da enseada,
em névoas se desfaz
um barco em retirada,


...o inimigo se descarta.

Maldito ao chegar,
mas agora que não parta.

Acena-me discreta
(sei que é para mim)
a mão de um soldado.
Entre aqueles derrotados
o vencedor de mim. 
Mas a minha mão escusa,
imóvel, não me acusa
o "crime" de ser mulher.

"Eu voltarei", ele disse,
apertando-me os ombros.
Uma quase esperança
na alma em escombros.

Ó! Engano!... não fale
à brisa do crepúsculo
que alegra meus cabelos
à sombra do meu xale.
Em tempos escuros
promessas para breve
só as cumpre o vento norte,
o precursor da neve
que congela os meus ais
em gotas de cristais.

Ele não disse, mas eu sei
que de volta alguem o quer...
é contra minha lei
pensar minhas feridas
com a dor de outra mulher.

Que se fechem as cortinas
dessa história sem final.
E esse barco, entre neblinas,
que esfuma os meus sonhos
sobre as águas desse mar,
leve também com ele 
minhas mágoas de amar!


TRANSLATION



Song of sowing


Narrator:
Norway, 1945.


In the port of the North Sea
a ship to break a heart...


A timid girl
in the tumult of the dock
hid emotions
as if were too much.


Girl:
--- Must be hidden love?
And I equal an fugitive thief
if I'm among my people?


Someone gave me peace
in troubled hours.
Someone protected me
and gave me more
that loneliness and nothingness.


I was young and dreamy
for promises of the future
without knowing that pure dream
is atemporal proposal.
Then love gave me a gift
which alive in my womb
and it was not Christmas yet!


... "it's seed of the invader"
someone will judge me;
but in night of war there isn't know
whom loves me or whom invades me.


-----------------------------------------------


From bustle of the pier
to the mists of bay,
vanishes in mist
a boat in retreat ...


...the enemy escapes.


Damned on arrival,
but now don't go away.


Prudent nods me
(I know it is for me)
the hand of a soldier.
Among those defeated
the winner to me.
But my hand,
motionless, does not accuse me
of "crime" of being a woman.


"I will back," he said,
pressing my shoulders.
One almost hope
to my soul under rubble.


O! Deceit! ... do not talk
to breeze of twilight
that gladdens my hair
under shadow of my shawl.
In the dark times
promises to soon
only meets the north wind,
the precursor of the snow
it freezes my tears
in crystal drops.


He did not say, but I know
 someone wants him back...
is against my law
heal my wounds
with the pain of another woman.


At close of the curtains
 this story without endless.
That ship, enter the fog,
that blurs my dreams
on water of this sea,
also carry with it
my sorrows of love!




9.11.11

Canção de ninar / Song of sleep (Lullaby)

Canção de ninar

Du är sa underbart rar
(Tu és maravilhosa)


--- FILHA MINHA!
Serás princesa;
dançarás para rainhas, 
cantarás pelos humildes
sem perderes a nobreza,
que te lego por herança!

Ah! Filha da esperança,
meu único amor,
meu aval no Paraiso!

A luz do teu sorriso
será o Farol do Norte,
o Clarão da Latitude!

A canção que eu cantei
da minha plenitude!


TRANSLATION



Song of sleep  (Lullaby)

--- MY DAUGHTER!

You will be princess;
you will dance to queens,
you will sung for humble
without losing the nobility,
that I lego as inheritance!

Ah! Daughter of Hope,
my only love,
my endorsement to Paradise!

The light of your smile
will be Lighthouse to the North,
the Glare of Latitude!

The song that I sang
for my full accomplishment!

8.11.11

Parte 2 / Part 2 FESTFOLK

Canção dos saltimbancos
Hej, gamle man
(Olá, velho homem)

O Narrador:-

Gothenbourg, Suécia, anos 60

A vida do artista é um barco à deriva
aos ventos do aplauso.

Mas não há aplausos agora
na plateia quase vaga
Poucas pessoas às mesas,
meia duzia, talvez menos,
indiferentes ou presas
a interesses de somenos 
como o nível de suas taças
ou coisas mais voláteis
como a última fumaça
do cigarro que acabou.

Ah!...  Mas os músicos são bons!
Um,  põe garra na guitarra,
o outro é festa no teclado
e a farra da orquestra
é alegria no tablado.

Bonitas e afinadas
as garotas em dueto.
A loura é uma gatinha
com voz de clarinete.
A ruiva, exuberante,
é um brinde de Champagne
numa taça borbulhante.

Contudo, a parca audiência
indiferente à arte, 
tece apenas comentários
para as formas femininas;
quando um velhote em duro aparte
tem chulo vocabulário
sobre a plástica das meninas.

Então, a ruiva a voz levanta
sem perder da dança o passo
ou a clave na garganta,
chamando o velho ao siso
com a bondade de um sorriso:


Frida:-
--- "Hej gamle man"
não tanto pela idade, 
mas pela claridade 
dos anos bem somados; 
considere a lisura
com que há semanas
nosso show temos levado
à plateias tão pequenas
em respeito a um público
até menor que o elenco em cena.

Toda plateia é vasta
se a finesse não rara;
a arte prevalece
e o show da vida não para.

Quanto aos nossos nomes,
permita que lhe adiante
apresentações desnecessárias,
pois logo serão brilhantes
(e disso não duvides)
nas fachadas e luminárias
do mundo do show business.

Se os olhos não são pequenos
não há estrelas de somenos
grandeza no Universo

E as casas de respasto
servem as todos por igual,
mesmo aqueles que sequer
reconhecem fino prato
pelo preço do "couvert"


TRANSLATE




Song of acrobats




Narrator
Gothenbourg, Sweden, '60s


The artist's life is a drifting boat
blown by  the winds of applause.


But no applause
in the audience almost empty.
A few people at the tables,
half dozen, maybe less,
indifferent or abstracted
with lesser interests
as the level of their cups
or things more volatile
like the last smoke
of the cigarette that ended


Ah ... But the musicians are good!
One, puts claw on guitar,
the other is party on the keyboard
and the spree of the orchestra
is joy in the platform.


Beautiful and refined
the girls in duet.
The blonde is litlecat
with voice of clarinet.
The redhead, exuberant,
is a Champagne toast
in a glass in boiling-point.


However, the scant audience
knows little of art,
weaving just commentary
for the female forms;
when an old man in apart
says common vocabulary 
about forms of girls.


So, the redhead  voice raises
without losing the dance step
or the clave in the throat,
calling the old man at wisdom
with the goodness of a smile.


Frida: -
--- Hej, Gamle Man,
not by their age,
but for clarity
the years added
consider you, the honesty
that for weeks
we have taken our show
to audiences so small,
in respect of a public
even smaller than the cast on stage.


All audience is vast
if finesse is not rare;
the art prevails
and the show of life does not stop.




As for names,
allow me to advance him
presentations unnecessary
soon you will see it bright
(and do you  not doubt it)
on facades and luminaires
in the world of show business.


However, the restaurants
serve everyone equally
even those who do not know
to recognize thin food
for price of the "couvert".



7.11.11

Canção das apresentações / Song of introductions

Canção das apresentações

That's me
Esta sou eu, Frida 


--- Eu nasci nas terras do norte,
no alto daqueles montes,
lá onde nascem as fontes, 
discretas, mas borbulhantes.
Tal qual elas, inquieta,,
transbordei das vertentes
as minhas águas ligeiras
cantando pelas correntes
poemas que o vento fala
no ouvido das cordilheiras.

Sequiosa de horizontes
precipitei das estepes
ansiedades alpinas,
nas cores do arco-iris,
ao pálido sol de neblina.

Trouxe das serras as agulhas
(juntei no vale os retalhos
que a luz num spray de fagulhas
espargiu em gotas de orvalho)
e nos bastidores do sonho,
bordei fio por fio
a fina prata de um rio.

Rompendo pelas barrancas
em caudalosas torrentes,
atravessei os meus medos
porque meu sangue valente
aprendeu na clave do vento
a cantar o poder dos rochedos
com a voz sonora das fontes. 
E nos campos do Sul estes lagos
podem ter marulho de afagos,
mas não o Delta que eu sonho.
O mistério das minhas águas
passa ao largo estas plagas,
cantando e dançando
ao embalo da contracorrente.
E meus atributos alpinos
não cabendo no Continente,
mandaram o Gnomos guardarem
os tesouros do meu destino
para além...
muito além do Mallären.


TRANSLATION



Song of introductions


That's me, 
Frida


--- I was born in the northern lands,
on top of those mountains,
there where the fountains born,
discrete, but in boiling point.
Like them, intense,
I overflow beyond the fonts
my fast waters
singing for the currents
poems that wind whisper
to the ear of the Cordilleras.


Thirsty for horizons
I precipitated  from the steppes
alpine anxieties,
in colors of rainbow,
at pallid sun of fog.




I brought needles from the hills
(I take fragments in the valley
spread light in spray of sparks
sprinkled like dew drops)
and for behind of the dream,
I embroider thread by thread
the silver thin of a river.


Breaking the banks
in powerful torrents
I crossed my fears
because my valent blood
learned in the clave of wind
sing the power of rocks
with sonorous voice of the fonts
And in the fields South these lakes
waves can have caresses,
 but not Delta what I dream.
Mystery of my waters
passes off these poetic regions
singing and dancing
at rhythm the countercurrent.
And my Alpine attributes 
not fitting into the Continent,
ask the Gnomes keep
the treasures of my destiny
beyond ...
far beyond the Mallären


6.11.11

Canção das raízes / Song of roots

Canção das raízes

Välkommen till världen
(Bem vinda ao mundo)

 --- Minha mãe
é a cálida terra
que um dia me dará um abraço.
Meu pai,
o terremoto da guerra
que a ela fendeu o regaço.

Minha mãe é doçura,
meu pai é o aço
e de ambos
eu sou um pedaço.


TRANSLATION



Song of roots

--- My mother
is the warm earth
that one day will give me a hug.
My father
the earthquake of war
that fissured her lap.

My mother is sweetness,
my father is steel
and of both
I am a portion.

5.11.11

Canção do Exílio / Song of exile

Canção do exílio
"Mormmor Mia"

Narrador:-

Foi embora o semeador...
não queria talvez semear a dor.
Perdeu-se o colheitador.
Que não se perca a colheita
e a colheita não seja a dor.

Frida;-

--- Ainda criança
bem cedo exilada.
Não coube na terra
à qual veio ao mundo
"a filha da guerra".

Porém a Pátria está
onde o amor não escolhe
o imigrante que acolhe.


Ao me preservar
do vil preconceito,
minha "mamma" querida
venceu fiordes gelados
pra morrer de saudade
na terra prometida.
Não importa a ferida
que lhe abriu o peito
a Patria agreste;
lá ela deixou sua vida.

Que sabia eu do mundo
para enfrentá-lo sozinha?

Duas mulheres moldaram
a argila do que eu sou.
Uma mulher me pariu
a outra mulher me amou.
A primeira cedo partiu,
a segunda se me repartiu.

A minha "mommor";
duas vezes "mamma",
duas vezes o amor,
foi o meu aval;
mantendo a fragil chama
aquem do vendaval.

E a doce costureira de Torshälla
costurou o riso em minha cara.

Das tradições do meu povo,
eu e minha "mommor" 
cantávamos à beira do fogo
velhas canções populares.
E aprendendo a cantar o amor,
aprendi o amor a cantar
nas Brancas Noites Polares.









TRANSLATION


Song of exile

"Mormmor Mia"

Narrator: -
Gone away the sower ...
maybe not want to sow pain.
The harvester was lost.
but will not lose the harvest
and harvest will not the pain.

Frida; -
--- Litle girl still
I was soon exiled.
Did not fit in the land
which came at the world
"the daughter of the war".

However the homeland is
where love does not choose
whom became immigrants.


To keeping me far away
about vile prejudice,
my darlyng "mamma"
surpassed ice fjords
to die of sorrow
on the promised land.
No matter the wound
open on his breast
by your ungrateful country;
your life was there.

What did I know about world
to face it alone?


Two women have molded
the clay of the I am made.
A woman gave me life,
the other, loved me,.
The first,  soon departed

split itself with me, the other.



So, my "mommor";
twice "mamma"
twice love
was my surety;
to maintaining the fragile flame
far from the hurricane.

And the sweet dressmaker of Torshälla
sewed the smile on my face.

From the traditions of my people,
my "mommor" and I
we sang the edge of the fire
the old folk songs.
And at learning to sing love
I learned love, singing 
in the Polar White Nights.
  


4.11.11

Canção da Fenix / Song of Phoenix


Canção da Fenix

Aven em blomma
(Sempre em flor)


Frida:-
 --- A Europa ardeu em chamas até as raízes.
Por longo tempo vai fumegar
cauterizando cicatrizes 
da comburida terra.

Perderam a aposta 
os insanos cães da guerra.
E pagarão os deserdados
até o último bocado
a fome que vai grassar.

Mesmo a terra prometida
como a Suécia generosa
que Deus em bondade
preservou da insanidade,
saldarão o seu tributo
em dor e orfandade.

É quando a sábia Natureza recicla
os fortes e os predestinados.

Se era predestinada eu não sabia,
mas eu poderia ser forte 
e mudar a minha sorte.
Mesmo a neve que incinera
é água doce no verão;
 um brinde à primavera
na taça da flor em botão.

Assim, escolhi lutar;
SOBREVIVER;
escolhi a vida;
VIVER.


TRANSLATION



 Song of phoenix


Aven em Blomma




Frida: -
--- Europe burned down to the roots.
Will smoke for a long time
cauterizing scars
the scorched earth.


They lost the bet,
the insane dogs of war.
They will pay, the disinherited,
until the last mouthful
the hunger that will rage.


Even the promised land
as Sweden generous
that God in His goodness,
have preserved of insanity,
will pay off his tribute
in pain and orphanhood.


It is when the wise Nature recycles
the strong and the predestined.


I do not know if predestined
but I could be strong
and change my luck.
Even the snow that incinerates
become freshwater in summer,
to toasting to Spring
into cup of a flower.


So I chose to fight;
SURVIVE!
Love life;
LIVE. 



3.11.11

Frida; entrevista / interview


Exclusive interview: Frida, my childhood playmate
This article was published in Swedish Television's weekly magazine Röster i Radio/TV, issue 46, 1978.
I knew I wanted to be a singer allready when I was seven years old.
1978fridarosterirradio1
Torshälla in the beginning of the 50's was still an idyllic place. The old houses leaned on each other and was every architect's dream to do something with. The town gossip had the proportions of a small town. You knew people, by age and careers.

     In this little town with the 5.000 people living there Anni-Frid and I grew up.
     We never went to the same school and we weren't best friends - but we both belonged to an organisationn URK - Ungdomens Röda Kors [The Red Cross Youth Division] - and we played together sometimes. In the basement of one of the official buildings in the town we wove baskets and made armslings (mitellas). Anni-Frid didn't do much of the woveing, instead she sang a lot: "Que sera, sera, det sker vad än ska ske, din framtid kan ingen se, que sera, sera..."
     She was fantastically beautiful and her voice was clear as crystal. She sang all the time. We admired her. She got to be Barnens Dags Prinsessa and ride in the parade through the town with a crown on her head: 
      –  I remember that day very vividly, says Anni-Frid. I felt so bad I thought I couldn't do it.
Her debut as a singer happened at a Röda Kors soaré. On the Folkets Hus stage. Dressed in a folklore costume including a bonnet, 11 years old she sang: "Fjorton år tror jag visst att jag var" [I believe I was 14 years old]...
     We wanted it to work out well for her, because we know that she was living with her grandmother and didn't have a father or a mother. It was almost something romantic about her, almost like in the books we read. And she had the cutest smile, she wrinkled her nose when she smiled.
     The everything went so quickly. We outgrew URK and each other. We only said a quick hello when we just made it on the 7.30 bus on the way to Eskilstuna where Anni-Frid attended realskolan and I went to the girl's school.
     –  I never had any other plans. As a 7 year old I knew that it was a singer I was going to be, Anni-Frid says smiling, before I get the chance to ask her the next question. Well, I guess we all had understood that. At the tender age of 13 she went touring with orchestras "just because it was such a lot of fun just to sing". I didn't have any time for boys at that time.
     At the schooldances she performed Glenn Miller songs while the rest of us danced in the dimly lit gymnasium.
    SANG AND SANG
    She sang and sang and sang. She won a talent competition and started taking singing lessons from the famous operasinger Folke Andersson. During my first time as a reporter in Eskilstuna at the magazine "Folket" I wrote some articles about her every now and then. It's 15 years ago...

TRADUÇÃO


    Trecho da entrevista de Frida a uma reporter e companheira de infância, Gunilla Magnusson.

    Torshälla no início da década de 50 era um idílico lugar. Antigas casas encostadas uma a outra. O vilarejo tinha seus pequenos mexericos em proporção ao tamanho do lugar. Você conhecia as pessoas, sua idade e suas ocupações.

    Nesta pequena cidade de 5.ooo habitantes, Anni-Frid e eu crescemos.

    Nós nunca fomos à mesma escola nem éramos muito chegadas, mas nós duas pertencíamos à Roda Kors (Cruz Vermelha) e brincávamos juntas algumas vezes. No porão de um prédio público nós tecíamos cestos, entre outros trabalhos manuais. Anni-Frid não fazia muitos cestos, ao invés, ela cantava muito; "Que será, será"  det sker an ska ske / din frantid kan ingen se / que sera sera...

    Ela era fantasticamente linda e sua voz clara como cristal. Ela cantava o tempo todo. Nós admirávamos ela. Ela foi a princesinha da festa do Barnes dag (Dia da criança) desfilando com garbo pelas ruas da cidade, na cabeça uma coroa de papel.

 -- Eu lembro vividamente desse dia, diz Anni-Frid.  -- Eu me senti tão mal que pensei não poder fazê-lo.

    Ela estreou como cantora num evento da Roda Kors. Vestia um traje folclórico arrematado por um chapeuzinho. Tinha 11 anos de idade e cantou: Fjorton ar tror jag visst att jag var.

    Nòs a procurávamos depois da Roda Kors para saber mais sobre ela. Ela morava com a avó e não tinha pai ou mãe. Era um detalhe sobre ela que achávamos quase romântico, igual aos livros que líamos. Ela tinha um fino sorriso e franzia com graça o nariz quando ria.

    E as coisas se passaram assim rápidas. Fora da Roda Kors pouco víamos uma a outra. Somente nos dávamos rápido alô enquanto corríamos para o ônibos das 7,30 para Eskilstuna onde Anni-Frid assistia aulas na Real Escola e eu na escola de meninas.

 -- Eu nunca tive outros planos. Aos 7 anos de idade eu já sabia que seria uma cantora; eu sempre soube. diz Anni-Frid sorrindo, antes que eu tivesse tempo  de fazer a próxima pergunta. Bem, eu acho que é fácil entender isso. Aos treze anos teve propostas de seguir orquestras em turnê.
 -- Porque era um modo mais atrativo, mais rítmo e alegria em cantar. Eu jamais tive tempo para rapazes naquela época.

    Na escola de danças ela cantava canções de Glenn Miller enquanto o resto das meninas dançava anonimamente nos salões do ginásio.

    CANTAVA E CANTAVA
    Ela cantava, cantava e cantava. Ela ganhou um concurso de talentos e começou a ter lições de canto com um famoso cantor de ópera, Folke Anderson. Durante meus primeiros tempos como repórter em Eskilstuna, da revista Folket, eu escrevia sobre ela de vez em quando. Isto foi a 15 anos atrás.
     

2.11.11

Canção da inocência / Song of innocence




Sem título


Canção da inocência

Min egen stad
(Minha cidade)


Frida:-
Torshälla onde cresci
era um idílico lugar
pra se viver e sonhar
e o meu sonho cabia ali.

Nos telhados de rubi,
nas paredes de algodão,
era o sol no coração
e ser feliz cabia ali.

Com amiguinhas eu corri
rua acima e rua abaixo
a cantar como um riacho
e minha canção cabia ali.

De princesinha me vesti
com coroa de papel
e cabelos de Chanel
e o meu reino cabia ali.

Os meus castelos construi
com murais de primaveras
e tudo era deveras
porque minha fé cabia ali.

Quando um dia eu parti
em busca do meu espaço,
notei em cada abraço
quanto amor cabia ali.

Então saudades eu senti
da pequenina canção
que cantou meu coração
quando Torshälla cabia ali.


TRANSLATION




 Song of innocence

Min egen stad

Frida: -
  --- Torshälla, where I grew,
it was an idyllic place
to live and to dream
and my dream fit there.

Ruby over roofs,
walls of cotton,
it was sunshine in the heart
and to be happy fit there.

I ran with litle friends
street up and street down,
singing like waterfalls
and my song fit there.

I dressed  me as litle princess
with paper crown
and Chanel hair
and my kingdom fit there.

I built my castles
with murals of spring
and it was all true
because my faith fit there.

When I left my town
looking for my space,
I saw in each embrace
how much love fit there.

So, I felt nostalgia
by little song
that sang my heart
when Torshälla fit there.



1.11.11

Canção da aventura / Song of adventure

Canção da aventura

Que será, será


Frida:-
--- Quem lembrará a garotinha
risonha e formosa
(tal qual o povo fala)
correndo pressurosa 
pelas ruas de Torshälla?
Cabelos de sol ao vento
para a pressa do momento
seja o ônibus da escola
ou seja a "Roda Kors".

Ah!... Mas a minha voz
jamais esquecerão...
será o meu cartão.

Deixei os meus brinquedos,
da infância fui embora
gravar ainda bem cedo
a minha trilha sonora.

Segui orquestras, segui bandas,
pondo a voz a garimpar
no cascalho das demandas
o meu sonho de cantar.

Menti a minha idade,
simulei maturidade
em busca do "Sol Maior"
Aos treze anos que somei
um pouco de coragem, 
resultaram em dezesseis.

Era toda a bagagem 
para a vida de aprendiz,
 mas comprei minha passagem
sem medo de ser feliz.


TRANSLATION



Song of adventure


Frida: -
--- Who will remember the little girl
smiling and beautiful,
(says voice of people)
rushing hurried
along the streets of Torshälla?
Hair of the sun at wind
for the rush of the moment;
to bus or to school
or still to Roda Kors.


Ah ... But my voice
no one will forget ...
will be my card!


I left my toys,
I left my childhood 
to record still soon
my soundtrack.


I follow orchestras and bands,
puting the voice to search
in the gravel of demands
my dream to sing


I lied about my age,
I pretended maturity
in search of the "Sol Maior".
At my thirteen years I added
a little courage
that resulted in sixteen years


It was all my baggage
to the life of apprentice,
but I bought the ticket
unafraid to be happy.